quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Hoje a Eva foi à rua...

Ora boas tardes a todos os Adões e Evas e querido Mundo em especial!
Antes de mais nada,
devo relembrar-te, Mundo,
que ontem estava meio aborrecida contigo,
porque recebi aquela notícia chata,
de que mais uma oportunidade de emprego se esvaiu por entre as minhas mãos,
assim tipo confetis cor-de-rosa (só pra não ser tudo tão deprimente).
Mas hoje, como o dia até melhorou em termos climatéricos,
até a minha alma de Eva ficou mais aclarada pelo tímido sol,
que tentava destacar-se das nuvens e nevoeiro,
par esse que teimava aglutinar-se,
numa qualquer tentativa de serem ambos mais eficazes do que cada um por si em estragar o dia ao pessoal...
Sigamos para a sequência de eventos do modo como foram percepcionados pelo meu cérebro,
dos factos que envolveram a Eva durante o seu percurso matinal:

1. Saio de casa. Autocarro da Carris. "Quero um bilhete". Ainda de cabeça baixa procuro o dinheiro. Levanto os olhos e: "SERIAL KILLER".


(Explicação:  Não é que o condutor do autocarro tinha aquela cara de pessoa que matava criancinhas na sua cave secreta?
Daquelas pessoas super estranhas que nem sequer se consegue pressentir a vibe?! Tipo nem gostas nem desgostas?
É mesmo só estranho... E depois não se ria, nao sorria, não se expressava, uma face completamente inexpressiva, uma palidez extrema e uma careca à Sto António já bem grisalha em conjunto com uns olhos azuis secos, sem qualquer brilho.... bom... terrível.
Agradeci o bilhete mas o senhor continuou sem reacção como se estivesse em modo automático.
E assim comecei o dia a temer pela minha vida...
Sorte macaca a minha que a meio do percurso trocamos de condutor e eu penso: "ahhhh... e fui semi a dormir até ao destino"
PS: Importa notar o odor a sabão azul e branco e um mofo profundo no autocarro logo pelas 11h da manhã... e claro,
o típico português velho que têm a mania que a idade é um estatuto e então pode tossir para cima das pessoas sem pôr a mão à frente!
Digamos que fiquei fulíssima!
Enerva-me esta falta de modos pá!)

2.Cheguei ao destino. Apanhar o outro autocarro. Condutor simpático e não psicótico abre-me a porta. Entro no novo autocarro. Motorista super fofinho.

(Explicação: Entro no autocarro seguinte e o motorista era um senhor tao doce,
mas tao doce e que emanava uma vibe tao delicada,
que so me apeteceu abraçá-lo!
E acho que ja o tinha visto antes no mesmo autocarro numa outra ocasião e acho que ambos soubémos disso.)

3. Evento. Seco. Rápido. Ideia Interessante. "Ok, mas já está?"


(Explicação: Fui a um evento e a ideia do mesmo era brilhante mas ficou a meu ver aquém das expectativas porque, mais uma vez, as pessoas não sabem falar!
Aliás saberem falar até sabem... mas não sabem cativar o público ouvinte.
Desde o maior monocordismo, até dizerem em público que não gostam de falar em público e que por isso temos que perdoar os seus atabalhoamentos... epá.. desmotivam logo uma pessoa.
E de repente, assim como começou... acabou!
E logo eu que perdi à vontade 1h em transportes mais os bilhetes respectivos de autocarro (1,75€ x 4) .... Foi daquelas rapidinhas onde nem a cabecinha entrou.
Ou se entrou... não senti.)

 4. Falta-me algo. Preciso de me preencher. Tenho fome. Tenho que pensar. Que se lixe! Vou passear.

(Explicação: Fiquei vazia com o evento.
Senti falta de consanguinidade entre os presentes.
Ainda tentei falar com as pessoas, mas elas despacharam-me se estivessem a cumprir a sua mera obrigação de ali estar,
E então, como ninguém quis partilhar um pouco do seu mundo comigo,
Fui partilhá-lo comigo mesma.
Tinha fome, mas não comi logo,
Comi uma buchinha de pão com queijo,
(É que até o café que nos tinham oferecido no evento era água de lavar pés)
E segui viagem até um Portugal condensado em monumento e apreciei-o como nunca.
Ali as raízes fizeram-me adensar o meu orgulho em ser Portuguesa,
E a minha amargura por não nos aproveitarem,
mesmo encerrando nós um potencial e uma energia cinética incrível,
que só quem passa por nós a correr não vê.
E disfrutei de mim.
Sozinha.
E tentei não pensar muito.
Foi bom.)


4. Bubu tem fome. Bubu comeu. Bubu bebeu um café razoável. Bubu quer falar com alguém! Ninguém se presta a conversas. Vou escrever no blog! Humpf *cara de quem faz birra*
 
(Explicação: Não me apetecendo aturar a minha Evó,
Visto que já tinha tido a minha dose de velhice com catarro por hoje,
decidi almoçar por aí.
Comi umas bifanas com arroz e batata frita,
uma cocaquinha-frescola,
e um café.
Fui rainha.
Mas concluí uma vez mais que não gosto de nao ter com quem falar.
Um almoço não é pra se fazer sozinho!
Um almoço é para se debater nem que seja as cuecas da Eva do lado,
ou o jeitoso do Adão da frente,
ou até o estado do país (discussão que passo perfeitamente)
Mas não,
falei comigo mesma e com a coca-cola,
que por já não beber à muito tempo me fez dar um arroto tremendamente estrondoso em pleno café!
Fiz o meu Walk of shame e vim-me embora.
Queria vir falar com alguém...
Falo agora convosco.)

Tenho dito.

6 comentários:

  1. Fala mulher!!!! :)
    olha eu ontem apanhei um cheiro a peixe que deus me livre no metro (peixe a sério, daqueles que nadam e depois são pescados). E também odeio almoçar / jantar sozinha.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. És fixe!!!!! Um dia que vás almoçar sozinha diz-me e almoças comigo! Num blind lunch de conversa até ao infinito! Parece-te bem?? LOL

      Eliminar
    2. LOL parece sim senhora!!! conversas de gajas podem durar almoços inteiros sem dizer nada de jeito LOLOL

      Eliminar
    3. Eu acho mil bem! Temos que dissertar na nossa vida sobre todos os assunto e nao esperar que os outros dissertem sobre os assuntos da nossa vida. *Fatalidade coming* Porque aí já é tarde demais... humpf

      Eliminar
  2. Eva na próxima almoças cá em casa: Prepara os ouvidos porque esta Adão fala que se farta...hehehe

    ResponderEliminar
  3. Ohhhhh Que queriada Flor de Diamante!!! :D Gosto muito da ideia! ahahah

    ResponderEliminar