A Rã Cozida
"Imagine uma panela
cheia de água fria, na qual nada, tranquilamente, a pequena rã.
Um bico do fogão é aceso debaixo da panela, e a água aquece muito
lentamente.
Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando isso
bastante agradável, continua a nadar, a temperatura da água continua a subir...
Agora,
a água está quente mais e a rã começa a sentir-se um pouco cansada, mas não se amedronta,
aliás, não tem forças para o fazer.
Agora,
a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas
está muito debilitada para sequer reagir,
então cede e não faz nada.
A
temperatura continua a subir, até que a rã acaba simplesmente cozida
e morta.
Importa notar que se a mesma rã tivesse sido lançada directamente na água a 50
graus,
com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora
da panela."
Queridos Adões e Evas, isto mostra-nos algo que não podemos esquecer,
quando uma mudança acontece de uma maneira suficientemente lenta,
escapa à consciência e não desperta,
na maior parte dos casos, reacção alguma, oposição alguma, ou, alguma revolta,
acabando connosco exaustos no meio da situação, de braços para baixo e desmotivados.
O conselho que vos deixo é que todos os dias analisem o que se passa à vossa volta,
meçam a "temperatura" do que vos cerca,
percebam o que vos incomoda,
o que mexe convosco,
e reajam!
Critiquem, falem!
Porque é no diálogo que baixamos a temperatura,
porque só assim conseguimos recuar até ao ponto onde a temperatura da vida é constante,
e por consequência muito mais segura e agradável.
Termino a reflexão com uma frase de António Feio,
porque é a melhor conclusão que poderia fazer:
"Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento, agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer."
Por isso entreajudem-se ao invés de andarem a tentar lixar-se mutuamente,
(porque "quem a ferros mata, a ferros morre",)
e não deixem nada por dizer, nem nada por fazer,
(porque decerto não querem morrer cozidos .... sem sequer terem consciência disso!)
Tenho dito.
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