quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Estivemos a falar sobre traicoes

E sobre outras coisas imorais, e sobre o quão comum isso é hoje em dia.
Será que atravessamos uma crise de valores?
Será que não conseguimos ser fiéis por natureza a partir de um certo tempo de presença na vida das pessoas?
Será assim tão difícil conseguirmos usufruir e sermos felizes com o que temos ao invés de desejarmos constantemente mais?


Eu tenho uma opinião sobre o assunto...

Acho que a falar toda a gente se entende.
E acho por isso que antes da traição vem sempre um mau estar gerado pelo casal, um desconforto quase intestinal (por vir de dentro) que implica que algo não está bem.
Todavia se assentirmos como natural esse mesmo desconforto, como a própria metáfora intestinal indica, vai resultar no mais óbvio: vai dar merda.
Todavia acho ainda que também não podemos andar aí a despachar pessoas só porque algo se desentendeu, ou mesmo porque ao se falar não se resolveu a situação.
Talvez seja uma romântica que acredita que o amor realmente é a força que nos une, a cola que nos concerta e que faz de nós parte um do outro.
Todavia não sou tola. Não sou cega, e muito menos pouco realista.
Sei que o mundo de hoje como o conhecemos nos põe à porta o pecado, tal qual maçã do Éden aqui do estaminé da Eva, e na minha opinião, talvez hoje em dia seja mais difícil concentrarmo-nos no bom que temos, se somos constantemente bombardeados com o bom que poderíamos ter/ser ou vir a ter/vir a ser.
Assim sendo, na minha humilde opinião (que vale o que vale) sim, estamos a atravessar uma crise de valores muito complexa, onde valores como agradecer, pedir desculpa e comunicar eficazmente com quem nos rodeia vai sendo substituído por um egocentrismo cinzento que pisca tecnologicamente em tecnologia LED porque é mais eficiente. Gasta-se menos energia e é-se eficiente dizem eles, mas o referencial sobre o qual avaliam a situação é apenas o energético, e não o social. A energia depende da sociedade e a sociedade da energia, seja ela sob a forma de combustível que dá ânimo a todo o ser, seja ela a verdadeira energia de cada um que existe, é paupável, e que resulta nada mais nada menos do que da vibração das nossas células, dos átomos que as constituem e que nos permitem ser quem somos hoje. Isto porque claro, amanhã podemos vir a ser parte mineral, que é mais bonito do que dizer morrer.
Ora quanto a ser-se fiel também acredito que seja possível. Todavia exige sem sombra de dúvida trabalho. E o problema aqui é que há muita gente que gosta pouco de trabalhar ... Aliás... temos o país cheio de pessoas que querem receber mas trabalhar tá quieto!
E penso que é isso mesmo que faz com que as pessoas traiam... o não fazer o mínimo esforço para, uma vez mais, tentar resolver um problema que pode ou não existir. Para porem pontos de vista em comum primeiramente e se, na verdade não der, então aí tomam essa mesma decisão. Mas o ser humano é cobarde, e acredito que o seja por natureza e que essa é uma das coisas que devemos almejar a ser na nossa vida: é ser corajosos e frontais.
Porque se pensarmos um pouco, quem o é totalmente? Quem nunca alterou um bocadinho o seu discurso só para não dar parte fraca? Para não incomodar alguém? Para agradar alguém?
E aqui faço menção à biblía, já que sou a Eva, e digo: "Quem nunca o fez que atire a primeira pedra" pelo que aposto que a unica coisa que vai chover neste blog é a aguinha que eles andam a prever pro resto da semana.
E é isto meus senhores, penso que traições existem sim, mas só porque deixamos. Já que o nosso arranjo atómico nos proporcionou um cérebro (que por vezes nos dá que pensar) se calhar seria útil de vez em quando começar a usá-lo para coisas verdadeiramente úteis como o decidir se um minuto vale mais do que uma vida inteira.
Em resumo: amar é mesmo a solução. Mas não aquele amor lamechas dos cinemas, o amor de guerrilha e de entreajuda que já só remanesce naquele senhor que todos os dias espera pela esposa na paragem de autocarro faça chuva ou faça sol. Isso é amor de verdade e eu vi.


 ...Mas gostaria também de saber a vossa.

Tenho dito.

5 comentários:

  1. Obrigado, Eva Maria.
    Adoro o teu blogue, dá-me tusa! É com prazer que também farás parte da minha lista de libertadores de tensões e tesões.
    Admiro a tua frontalidade e a tua forma de escrever sem tabus ou preconceitos!
    Um beijinho!

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    1. Ahahah Muito agradecida!
      Eu tambem li o teu de uma ponta à outra e desejo que continues com esse sentido apurado de café com cheirinho :D
      Beijinho*

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  2. Eu concordo quando dizem que o amor só não chega. Porque a verdade é que, tal como tu dizes, é preciso trabalho para que uma relação que dê certo. E infelizmente há cada vez menos gente a querer ter esse trabalho porque é muito mais fácil não fazer nada e quando não der mais não dá do que lutar um bocadinho todos os dias para que as coisas funcionem.. As traições acontecem pelos mais variados motivos, mas se são ou não ultrapassáveis depende única e exclusivamente dos dois, daqueles dois que vivem a relação.

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  3. Sabes, fiquei a pensar nas traições. Também as cometi há uns anos, também agora ajudo a cometê-las, como acompanhante. Espero que me perdoes este pecado.
    Há traições que acontecem pela simples necessidade de sexo. Há casais nos seus quarentas em que pelo menos elas nunca tinham conhecido outra pessoa. Casaram-se e descobriram que entre os lençóis pouco acontecia. E o que acontecia não as satisfazia ou então não parecia satisfazê-los a eles. Sim, há casais assim, casais que nunca desenvolveram uma verdadeira intimidade. E nesse casais elas por vezes cometem traições. Sei-o por experiência própria, por ajudar a que essas traições aconteçam. De facto por ser a outra parte participante nessas traições. E sei, por rzões óbvias que nesses casos o que se procura é apenas uma aventura sexual, uma aventura que dê prazer e muitas vezes experiência.
    Irónico, não é? Experiência. Mas a verdade é mesmo essa, muitas mulheres procuram ganhar experiência, saber o que fazer na cama sem ter de perguntar ao marido. E a verdade é que lhes é muito mais fácil perguntarem-me a mim e experimentarem comigo, do que com alguém com quem é suposto terem intimidade.
    Algumas dessas mulheres acabam por me contactar com alguma regularidade, seja porque a experiência foi agradável, seja porque pretendem continuar a "aprender". E ironia das ironias, nalguns casos, contam-me como têm agora mais facilidade em darem prazer aos seus maridos e dessa forma retirarem também elas mais prazer do sexo conjugal.
    Escrevi ao correr da pena, espero não ter cometido erros ortográficos ou mesmo de sintaxe, mas não resisti a participar na discussão...

    Um beijo

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  4. Olá Eva
    Leio o teu Blog (como é obvio :D).
    Bem, eu acho que as traições não deviam acontecer!
    Posto posso então divagar sobre muita coisa que deve ser dita (ou parte das coisas)
    Nada é assim tão facil e linear!
    Não entrando no universo do generalismo (o homem quer isto e a mulher quer aquilo) sei por experiencia própria que nada, NADA é ássim tão simples! Porque um gesto tao simples de fazer e que podia ser feito por qual uma das partes não é feito e está tudo lixado com f.....
    Porque a outra parte esperava, a outra não pensou nisso, e já não é a primeira vez e calhou mal a uma das partes já esta farta daquilo e etc etc etc... Precisa de subir o ego! Precisa de sentir algo mais!
    E se a outra tivesse feito? Será que resolvia? Será que não? Sentiria a primeira parte a mesma fome de algo mais?
    Nas relações que tive e tenho, acho que há silencios de ouro quase tão importantes como esses gestos! Prefiro que alguem me traia do que nao me traia e seja infeliz comigo! É obvio que ninguem gosta de sentir que não consegue fazer a outra pessoa totalmente feliz e satisfeita, mas.... Acho que é preferivel isso a viver mal uma vida inteira (como tantos dos pais deste pais assim fizeram). Há que investir na relação, sempre! Parece um contra-senso eu sei!
    Mas prefiro que alguem que está comigo de alguma maneira, tenha outras pessoas do que sorria e faça-se feliz e esteja a morrer por dentro! Acho que se ao menos souber respeitar algum espaço (nao andar nos curtes e fodas visivelmente) pode com o tempo até fazer o outra parte fazer os gestos na altura certa!
    Desculpa a seca!
    :D

    Cio Out There!

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